O Museu de História Natural em Londres, Inglaterra. |
Programão
em Londres para o público dos 8 aos 80 (e mais): o Museu de História Natural inaugurou em Novembro, a nova galeria Cadogan que abriga os 22 objetos mais
relevantes de sua imensa coleção de mais de 70 milhões de ítens tanto em termos
de seu impacto para o desenvolvimento da ciência quanto por sua importância
histórica, cultural e estética.
A nova Galeria Cadogan, aberta em Novembro 2012, para a exposição da deslumbrante coleção de tesouros do museu. |
Os
tesouros vão de rocha da Lua ao dente fossilizado do primeiro dinossauro
identificado, um Iguanodon, passando
por delicadíssimos modelos em vidro de espécies marinhas ao livro mais caro do
mundo, "Birds of America" de John James Audubon, publicado entre 1827
e 1838 - este, um "favorito" meu e do colecionador que pagou USD 11,5
milhões por um raro exemplar levado a leilão pela Sotheby’s de Londres em 2010.
A peça
mais valiosa é o fóssil de Archaeopteryx,
o primeiro pássaro de que se tem notícia, e fundamental para a comprovação de
que os pássaros modernos evoluíram dos dinossauros. Isto serviu para reforçar a
Teoria da Evolução de Charles Darwin E de Alfred Russel, co-autor da
teoria como se pode constatar através de parte de sua coleção de insetos.
Aliás, como não poderia deixar de ser, uma edição original do livro de Darwin
“A Origem das Espécies”, publicado em 1859, é um dos tesouros abrigados pela
nova galeria.
Fóssil Archaeopteryx lithographica de cerca de 147 milhões de anos. |
Insetos da coleção pessoal de Alfred Russel Wallace, coletados no Sudeste da Ásia entre 1854 e 1862. |
Raro volume da 1a edição do livro de Charles Darwin, "Sobre a Origem das Espécies", publicado em 1859. |
Fazendo
companhia aos fósseis de Iguanodon e
de Archaeopteryx, está um ítem mais
recente, o crânio de 50 mil anos de nosso primo Homo neanderthalensis, o primeiro a ser descoberto, em 1848.
Crânio de cerca de 50 mil anos de Homo neanderthalensis, de uma fêmea adulta, o primeiro a ser encontrado, em 1848 em Gibraltar. |
Ainda
identificando origens, desta vez de métodos e processos, a coleção em exibição de plantas secas e prensadas de
George Clifford, de 1730, serviu de base para que o botânico sueco Carl
Linnaeus elaborasse o método de classificação e nomeação de espécies, vegetais
e animais, ainda em uso nos dias de hoje. O primeiro nome do binômio adotado
por ele identifica o gênero e o segundo, a espécie. Foi assim que os “primos”
tomate e beringela viraram Solanum lycopersicum e Solanum melongena.
Folhas de plantas secas da coleção de George Clifford, preparadas na década de 1730. |
Entre as
peças selecionadas, encontra-se uma simples casca de ovo de pinguim Imperador.
Trata-se de um tributo ao esforço e empenho humano em nome da Ciência como os
demonstrados pelo time de três cientistas da trágica expedição do Capitão
inglês Robert Falcon Scott ao Pólo Sul em 1911: para coletar apenas cinco ovos,
por cinco semanas eles fizeram uma penosa caminhada de ida e volta, no escuro e
sob temperaturas de -40° C, a uma colônia dessas aves distante 100 km de seu
acampamento.
Ovo de pinguim imperador coletado em 1911 pela expedição de Scott a Antártica. O orifício mostra onde o embrião foi retirado para estudo. |
A concha
de Nautilus entalhada pelo holandês Johannes Belkien no fim do séc. 17 tem
valor cultural inestimável por integrar a fabulosa coleção de Sir Hans Sloane
que, após sua morte em 1753, foi adquirida pela Nação e deu origem (mais uma
vez) ao acervo do Museu Britânico e, posteriormente, ao do Museu de História Natural. Uma homenagem ao
espírito curioso do colecionador e a seu desejo de compartilhar com acadêmicos
e com o grande público as maravilhas do engenho e da criatividade humana e do
mundo natural.